Faz discutir o novo calendàrio Pirelli. A eliminaçào do corpo jovem e tònico do calendàrio mais famoso do mundo seria a vitòria do novo feminismo moralista que gostaria provavelmente de cancelar todos os canònes estèticos? Somos todas belas assim como somos, entào tambèm com nossos defeitos e imperfeiçòes, extamente como disse e fez Annie Leibovitz, concordo.
Mas a minha pergunta sem ironia è filosòfica: se, somos todas belas, nenhuma è verdadeiramente bela. E se nenhuma è bela, nenhuma è verdadeiramente è feia. Umberto Eco, ironizam alguns comentaristas, deverà escrever um novo livro entào...a Història da Bela Feiùra...
Penso que estamos vivendo um completo ribaltamento dos papèis, ou ainda uma verdadeira eliminaçào do papel sedutor (quando saudàvel) das modelos, e entào de mulheres que realmente tem um appeal estètico belo. Pergunto entào porquè em uma època onde a beleza visual è tào fàcil de obter, e aquela verdadeira tào simples de mostrar, e entào de poucas eleitas (e por isso almejamos tanto!) assuste tanto, a tal ponto de ser eliminada do calendàrio que, ironia da sorte, pròprio a Beleza do corpo feminino deve o seu sucesso...
O Feminino è belo, pois belo, porquè negà-lo?
Sou fà desta dupla desde a sua estrèia no mundo do Design em 2009: os designers, ou melhor, a dupla criativa Formafantasma, de Andrea Trimarchi e Simone Farresin, colocaram em mostra a mais nova coleçào, que reforça a grande tendència projetual de 2016, e
que veremos no nosso pròximo ebook, o retorno ao Classicismo. Inspirados nas viagens da època romàntica, chamada de “tour d’Italie” onde os filòsofos e artistas vinham à Itàlia
para viagens de conhecimento e descoberta, mas principalmente para buscar inspiraçào, eles pesquisaram na grande beleza de Roma elementos para a nova coleçào.
Vemos referència a muitos mosaicos, afrescos, esculturas em màrmore, ceràmicas, lanternas e armaduras, todas da antiguidade. A coleçào Delta, faz parte de um elemento expositivo da Privato Romano Interno, programa de design contemporàneo curado pela Galleria O. Roma que busca jovens designers internacionais para a produçào de mobiliàrio com ediçòes limitadas.
Conhecidos (e amados, ao menos por mim) pelas sèries Autarchy, Botanica, De Natura Fossiulium; e pelas conferèncias que lançam tendèncias, como a ‘Parallels‘ na National Gallery of Victoria de Melbourne; e mostras cheias como as realizadas no Istituto Italiano di cultura de Paris e na Casa Trussardi de Bergamo eles contam que o segredo do sucesso è o mix que fazem entre design e tradiçào.
O que gostei muito foi de saber que esta tendència projetual, que chamaremos de Novo Classicismo, para eles retorna em funçào do mundo de amanhà. Para dar forma ao que virà è necessàrio repensar as nossas mùltiplas raìzes…E nesta època de Pos-Modernismo, onde existe a necessidade de recriar este conceito e o do que è a Natureza, eles contam que muitas influèncias vem da cultura rural antes da industrial justamente porque os instrumentos desta tem uma forma perfeita, tendo sido desenhada no tempo.
Em uma època històrica que causa horror, a ùnica coisa que resta è o desejo de qualquer coisa de sòlido, radicado e que perdure no tempo…
Estamos verificando o grande retorno do màrmore em cores fortes e veios decididos no interior design e tampos de cozinha. Vi ontem, por exemplo, no interior do Armani Hotel aqui de Milào um revestimento similar, mas no padrào de antigas pedras preciosas, que descobri serem inspiradas no…Opificio delle Pietre Dure de Firenze. E’ um dos novos projetos de uma empresa chamada Laminam e que representa um desafio criativo. A filosofia deles tem um approach diferente e inusual de pesquisa e desenvolvimento de produtos.
As ceràmicas que eles realizam sào uma còpia perfeita das pedras nas quais se inspiram! Realizaram uma seleçào de antigas pedras preciosas nào mais disponìveis na Natureza e que foram empregadas largamente no passado para enriquecer as residèncias e palàcios nobres europeus. A coleçào que inaugurou esta fase em Laminam foi Pietra Paesina. Apòs, na linha Naturali temos novas texturas como a Arenaria fossile, Pietra di Savoia, Bianco Statuario com veios de màrmore com sensaçào tàctil de veludo e o Travertino Romano. As empresas que usam muito este material – Laminam On Top, em vàrios padròes – sào Scavolini, Lube, Alno Ag Cucine, Zampieri Cucine. A Calligaris usou no Tavolo Airport, a Bonaldo no Tavolo Octa e a Moroso no tavolino Phoenix. Este ano a empresa esteve presente no Workplace 3.0 – Salone Ufficio 2015 com o padrào Plumbeo Ossidato, como vemos nas imagens..
Desde que moro na Itàlia recebo, nas primeiras semanas apòs as fèrias de Agosto, em casa, o maior catàlogo em unidades do mundo (220 milhòes de còpias) da IKEA e sua nova coleçào de mobiliàrio. Como Trend Analyst, analiso nào apenas o design dos mòveis, materiais e conjunto comercial mas tambèm como evolui o nosso lifestyle, jà que ele è um bom termòmetro para tanto, sendo um catàlogo global. A primeira reflexào entào, paradoxalmente, è que ele nào è de fato, global. A capa que sai na Itàlia (link catalogo Ikea 2016) tem como conceito “Gustati la vita. Ogni giorno” (Saboreie a vida. Todos os dias) enquanto que na França è “Les petites choses font les grands moments” (As pequenas coisas fazem os grandes momentos). Nenhuma diferença substancial, mas um foco diferente, mesmo que seja dentro do tema Gastronomia +Vida Simples=Enjoy it!
Escrevi para a Revista Decore (pode fazer o download aqui) um artigo sobre como as empresas italianas de design estào atendendo a nova geraçào de consumidores, os Millenials. Complementando o artigo, deixo aqui uma informaçào que vai interessar às empresas e designers que se ocupam de um setor em grande crescimento: a hotelaria, pois sabemos que eles estào mudando nào apenas a economia, mas tambèm…o design interno dos hotèis, sabiam? Esta “clientela” que concebe a tecnologia como uma espècie de prolongamento do pròprio corpo espera encontrar no hotel ambientes onde reinam o digital e os dispositivos mais modernos.
Mas isso jà sabemos, certo? E atè aqui, nada de novo. As mudanças sào outras...
Adeus papel, adeus escrivaninha, adeus armàrios! Os quartos serào de ùltima geraçào para satisfazer estes hòspedes. Mas, como projetar os interiores destes futuros hotèis a estes usuàrios? Se vocè costuma frequentar hotèis onde ainda deve pedir por favor a senha wifi (e incrivelmente ainda paga por isso a parte) saiba que as redes que agem assim estào com os dias contados (acesso wifi livre no quarto hoje è como ter àgua na torneira e ar-condicionado, ou seja, bàsico) e entào, ajude-as a mudar, salvando este post e levando no pròximo check-in. Pois nele estào as previsòes de futuro para este setor, vindas do maior especialista no tema, o Hotels News Now, dos EUA:
1 – Os hòspedes poderào controlar a iluminaçào e as luzes diretamente dos seus tablets.
2 – Os hòspedes poderào conectar-se via Bluetooth no espelho do banheiro para fazer download de conteùdos em streaming; os espelhos terào speakers integrados para consentir a escuta de conteùdos àudio.
3 – Adeus escrivaninha: o millenial è habituado a trabalhar na cama (nào sou desta geraçào mas confesso fazer isso muitas vezes! risos)
4 – Teremos apenas duchas, adeus a banheiras. Isso jà acontece aqui na Europa hà tempos, pois o desperdìcio de àgua è notàvel no uso de banheiras. Sem contar que sào muitas vezes anti-higiènicas.
5 – Os quartos terào apenas superfìcies duras como piso, pois os carpetes sào percebidas como sujas e cheias de elementos estranhos. Levante a mào quem nào è millenial mas tem pitis quando entra num quarto de hotel com carpete. Argh!
6 – O armàrio tradicional nào irà mais existir. Para os millenials nào è necessàrio ocultar ou repor os objetos em contenedores fechados. Imagine o quarto do seu filho adolescente hoje. E’ isso mesmo. E outra, este pùblico nào è do tipo que leva em viagem terno e gravata e camisas que nào podem amassar como os executivos yuppies da dècada de 80 ou os atuais CEO. Lembrem-se sempre do look de seu lìder, o bilionàrio do Facebook Mark Zuckerberg e vocès saberào que tipo de closet o hotel do futuro vai precisar.
7 – Os quartos serào o reino do digital. Por exemplo, os televisores serào utilizados para dar um toque de arte para o local, funcionando provavelmente como quadros, com a possibilidade de mudar de sujeito frequentemente. Ano passado ao me hospedar em Dessau (Alemanha) em uma famosa rede internacional, quando entrei no quarto fui saudada pela tela da televisào que continha meu nome, minha proveniència e uma lista de museus e locais com belas imagens que eu poderia gostar de visitar. Como sabiam? Estava no mòdulo que preenchi na reserva. Adorei!
8 – Nào teremos mais mesas nem cadeiras, pois o serviço no quarto nào serà mais efetuado. Hoje jà funciona assim, pois o Millenial gosta de explorar o mundo ao seu redor e nào fica certamente parado no quarto de hotel. Quero conhecer os melhores e mais cool restaurantes do entorno e serve-se no self-service do hotel.
9 – A forma fìsica e mental dos Millenials deve ser diariamente estimulada atravès de fitness e atividades orientais, como yoga, meditaçào, por exemplo. E se possìvel, uma bela sala jogos com ping-pong e coisas do gènero, jà que ele gosta de socializar atravès de desafios.
10 – O staff do hotel deverà falar muitas lìnguas mas nào apenas a nìvel de idioma. Deve saber a diferença entre um download e um streaming, um cabo USB e conectores para iPhone ou Samsung. Se a nossa geraçào queria um secador de cabelos, pode ser que esta queira um tablet em uso durante a estadia. Porque nào?
O que vocè acha?
Jà terminamos o nosso Report de Tendèncias para 2016, e uma parte dele serà disponibilizada aos leitores atravès de mais um ebook do Projeto Conteùdo. Enquanto isso, trago por aqui um dos elementos que ainda constituem grande parte da inspiraçào para muitas empresas de mobiliàrio em 2016-2017: o fenòmeno …Vintage.
Na moda, nos objetos, no design de mobiliàrio, na cultura, no lifestyle (estilo de vida), principalmente o da Geração Y ou Millenials, mas tambèm seus pais, esta “busca do passado” està cada vez mais no presente, influenciando muitas das escolhas de objetos de consumo. Mas, ainda?
Mulheres-como pinup 50s, o sucesso de Lana del Rey (acima uma imagem sua que a retrata como uma mulher dos anos 60) na rede de moda Urban Outfitters, a volta das mesas de fórmica, o design gràfico com cara de “antigo” sào manifestaçòes no concreto de um fenômeno mundial, fortemente vivido na nossa sociedade ocidental.
Ele sempre existiu, para deixar claro, mas explodiu em 2007 com o lançamento de Mad Men (jà postei aqui sobre sua influència no mobiliàrio, lembram?). Na sequência da série, a febre retrò aproveitou o resto da cultura pop: Amy Winehouse com aquele seu jeito anos 50, ganhou 5 Grammy Awards em 2008, e neste mesmo ano um grupo de pessoas salvou a produçào de Polaroids dando origem ao The Impossible Project. No cinema, em 2011 o filme The Artist, em preto e branco, de Michel Hazanavicius chegou em Hollywood, sendo premiado pelo Oscar.
O vintage nos tranquiliza…
À força de ouvirmos e sentirmos que o amanhã é incerto, como poderia a Geração Y se acostumar a olhar para o amanhà? O medo do futuro é uma das razões para a nossa mania de coisas vintage ou rétro… Penso que quando visitamos o passado, queremos na verdade buscar nas raízes motivaçào para vivermos o presente. O sucesso de tantos elementos na arte, no cinema, na moda e no design, seria para a nossa geração uma espécie de “cobertor de segurança”, uma pedra talismà para segurarmos no meio de uma era e de uma sociedade na tempestade. Esperando o que virà.
Da outra parte, diria que è atè perigosa esta nossa volta ao passado como fonte de segurança, porque na verdade é um passado revisto, fantasiado, com a sua prte sombria esquecida. A amnésia geral parece alimentar o discurso eterno de “era melhor antes” nestes períodos de crise. E’ o famoso paraíso perdido, mesmo que ele não fosse um paraíso. Há um lado fantasia, açucarado, justamente para torná-lo perfeito e hipnótico…
Enquanto isso, muitas players de Design continuam “desenfornando” suas parcelas de passado em produtos, que, felizmente, alèm de confortàveis para nossas lembranças, sào interessantes. Vejam neste site que acompanho semanalmente alguns exemplos e inspirem-se!
Trago aqui para vocès pois achei muito interessante: a Rubelli, empresa tèxtil que fornece a grandes empresa do Design Made in Italy como Casa Armani por exemplo, desenvolveu padròes de tecidos buscando inspiraçào e referèncias na època Medieval. Justamente para a execuçào dos vestidos dos personagens mais famosos da atualidade: os do seriado Game of Thrones, que se desenvolve nesta època. Mais uma prova da alta qualidade e do nìvel de pesquisa desta trendsetter italiana!
Prestem muita atençào pois os mesmos padròes serào vistos no pròximo Salone nas maiores empresas de estofados, jà que è um motivo que està em alta na Moda, como
verifiquei na ùltima Milan Fashion Week.
Em meados de agosto viu-se uma uma centena de pessoas à espera para entrar em uma nova loja no bairro de Frederiksberg de Copenaghen. Com o slogan “try before you buy” (experimente antes de comprar), Simon Taylor, fundador da Freemarket, ofereceu uma nova maneira de fazer compras, ou seja, “vender” produtos de graça em troca de publicidade em redes sociais!!!
Para aderir à filosofia de Freemarket você precisa se cadastrar no site da loja e deixar seus dados pessoais: idade, sexo e hobbies. Mas a regra mais importante é tirar uma foto dos itens escolhidos e publicá-las no Facebook, Twitter ou Instagram acompanhado de uma descrição e julgamento. Além disso, o cliente deve pagar uma irrisória taxa mensal – cerca de 2,50 euro – para a manutenção das instalações. Você pode escolher apenas dez produtos por mês, todos diferentes uns dos outros.
Nova forma de fazer publicidade?
“É uma nova forma de publicidade”, diz o fundador, ex-funcionário de uma agência de publicidade (imagem abaixo com seus colaboradores), que apenas teve a idèia de remodelar as estratégias de marketing, adaptando-se a era do compartilhamento de 2.0 e ao boca a boca “internet.” Não é mais, portanto, uma empresa que convence o consumidor a experimentar um produto (como era na publicidade tradicional), mas é o consumidor a escolher; já não é a marca para decidir o destino de um produto, mas é o cliente que expressa sua opinião.
Conceito “tryvertisin”
Em uma troca de pontos de vista e satisfação mútua, Taylor segue o conceito chamado “tryvertisin“: a empresa recebe publicidade para seus produtos, informações de clientes, e amplia o leque de contatos, enquanto o comprador está gastando quase sem colocar as mãos na carteira. Os regulamentos de privacidade são respeitadas, mas em um período histórico em que, graças às redes sociais são constantemente monitorados, esta será uma nova maneira de ser “arquivado”... Cloetta, Storck, Läkerol, San Pellegrino são as empresas que se comprometeram a encher as prateleiras da loja.
Novo comportamento de consumo?
Freemarket é uma oportunidade para testar os seus produtos e seu impacto sobre um pequeno mercado, analisar o comportamento de compra e fazer uma avaliação antes de lançar nacionalmente. A loja – que no início era um site on-line onde os pedidos eram entregues pelo correio – está tendo um feedback positivo: em menos de um mês se passou de 5.000 para 10.000 clientes. Depois de passar o teste decisivo com um país como a Dinamarca, o fundador já planeja abrir outra Freemarket na Suécia e na Finlândia em 2015 e na Inglaterra, em 2016.
Serà que funcionaria no Brasil? Compartilhe, pois serà bem interessante!